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Foto do escritorSânia Fagundes

Vitor Cafaggi: o mineiro da Turma da Mônica

"Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades"

(princípio de Peter Parker)


Para começar o ano de 2022 com o pé direito não posso deixar de falar do Vitor. Falar da sua história é falar de sucesso! A primeira vez que tive contato com o trabalho dele foi na Casa dos Quadrinhos. Antes de me matricular no curso de Roteiro e Criação de Personagens, pedi para ver o cronograma do curso, que ele escreveu e também pedi para conversar com a professora que era a Rebeca Prado. Assinei o contrato com a escola imediatamente. O cronograma estava muito bem elaborado, feito com capricho e esmero, curiosa que sou vi que o co-autor do cronograma do curso era o Vitor Cafaggi.

Sou daquelas alunas que cola tudo no caderno e faço muitas anotações em cima. Sem falar na bibliografia sugerida que sempre faço questão de ler. Só pude constatar que ele tinha total domínio do assunto. Depois participei da avaliação de portfólio, também na Casa, com o Vitor e mais outros professores. Neste dia, já sabia toda a história dele e confesso que fiquei com as pernas bambas. Estava ansiosa e foi muito bom escutar o Vitor falar que o meu trabalho era muito rico e que ele estava vendo amor nas minhas páginas tão cheias de lápis de cor e canetinhas. Quanta emoção!

No semestre seguinte me matriculei no curso de Narrativa Visual, com ele sendo o meu professor. Vitor é um mineirinho de fala mansa e olhos que brilham quando ele conta as suas histórias. Ele é fá do Homem-Aranha, e por causa desta admiração criou a webcomic Puny Parker, em que imagina a infância do personagem Peter Parker. Tem uma sensibilidade tão peculiar que é possível reconhecer o seu traço em qualquer arte que ele venha a fazer. Criou o Valente (que conta a história de um tímido jovem a procura do amor da sua vida, recheado de sucessos e fracassos, alegrias e decepções) em apenas quatro dias. E não podemos deixar de falar do Duotone, que é considerado um dos seus melhores trabalhos. A HQ, totalmente colorida, apresenta originalmente duas histórias. Vou dar um pequeno spoiler da primeira: nela conhecemos Tim, um menino muito criativo e sonhador que sofre com uma grande mudança em sua vida. Sonho e realidade entram em atrito no melhor estilo Heróis x Vilões. É sobre crescer e não deixar de ser quem você é. Ele me ensinou que o processo de criação de um personagem é sempre natural, e que desenhar é treino.

Em 2009, o Maurício de Sousa fez o álbum MSP50, no qual autores do Brasil inteiro reinterpretaram os personagens da Turma da Mônica em seus próprios estilos. O editor Sidney Gusman, que está sempre antenado com as novidades dos artistas independentes, conheceu trabalho do Vitor e o apresentou ao Maurício. Foi aí que o Vitor deu um presente para os leitores com quatro páginas maravilhosas sobre o Chico Bento e a Rosinha. Com este trabalho o Maurício conseguiu enxergar todo o seu potencial e falou: “Quem é o Vitor Cafaggi? Eu quero casar com ele!”

Esse casamento segue firme e forte e nós, que somos apaixonados pela Turma da Mônica, só temos a agradecer. Vitor escreveu Laços, Lições e Lembranças com coautoria da sua irmã Lu Cafaggi. Duas dessas três histórias na mão do cineasta Daniel Rezende viraram dois filmes que encantam o Brasil. O resultado é uma obra linda e comovente que não podemos deixar de contemplar.

Que 2022 seja repleto de lindas histórias de sucesso iguais a essas! E deixo aqui um convite, iniciado pelo Sidney Gusman, para todos vocês: dê quadrinhos de presente! Principalmente de autores nacionais.

Vamos começar 2022 ousando até nós gêneros textuais! Que tal adicionar uma HQ à sua lista de leitura?


Forte abraço,

Sânia Fagundes

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