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Foto do escritorSânia Fagundes

O que eu aprendi com a arte abstrata

“A cor é um meio para exercer uma influência direta sobre a alma. ”

Wassily Kandinsky


Tudo começa com a escolha do tamanho da tela e das tintas que vou jogar naquele quadro. Sempre estou com o círculo cromático do lado, confio que um pouco de teoria não faz mal a ninguém. Como acredito que cada cor tem a sua própria vibração, me jogo de corpo e espirito para entender a atmosfera daquele momento.

O começo é mágico, me divirto e me encanto com a mistura das cores e a intensidade delas. Vou virando o quadro e acrescentando um pouco de água para brincar com as formas. A partir deste momento já não tenho mais o controle de nada, é a tela que define o seu tempo e o que ela quer mostrar. É um verdadeiro exercício de paciência, reflexão e introspecção. Tenho que esperar secar e minha ansiedade grita por formas e traços. Mas não tem outra saída, de um dia para o outro tudo muda, a intensidade das cores e o que consigo decodificar naquela obra.

No dia seguinte, com a tela seca, a diversão se multiplica. Enxergo linhas, formas, traços e objetos que as vezes tento identificar e as vezes não. Vou tentando guiar o olhar do espectador realçando algum ponto e ocultando outro. Trabalho com mais tintas e tento caprichar nos detalhes. Depois vou colocando mais véus de tintas, tentando combinar as cores com o resultado final. Brinco com delicadas transparências para dar um pouco de mistério e sofisticação. No final, faço o uso de tinta dimensional para acrescentar uma bossa. Observo bastante, de perto e principalmente de longe. O quadro sempre me avisa quando é a hora de parar. Pinto a lateral com esmero e fico feliz de levar cor, esperança e aconchego para quem vai observar o resultado final.

Nenhuma obra fica igual a outra, posso usar a mesma cartela de cores e até o mesmo tamanho da tela, que o resultado é sempre diferente. Cada obra de arte tem o seu encanto e a sua individualidade. Talvez sejam as cores, que trazem energias diferentes para cada trabalho. Acredito que as cores têm vidas misteriosas.

Forte abraço,

Sânia Fagundes


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