“Ser mineiro é fazer da cozinha a melhor parte da casa. Receber os
amigos com mesa farta. Mineiro tem mesmo fome seja de letra ou
de amor.” Luana Simonini
Qual é o seu lugar favorito? Aquele que te faz esquecer de tudo e simplesmente ser feliz? O meu é o Mercado Central, no centro de Belo Horizonte. Este mercado tão charmoso é extensão da casa de quase todos os mineiros. No site do Mercado, temos toda a sua história. Esse trechinho conta como tudo começou:
"Belo Horizonte tinha apenas 31 anos quando um prefeito empreendedor resolveu reunir, em um só local, os produtos destinados ao abastecimento dos 47.000 habitantes da jovem cidade. Foi assim que o Mercado Central nasceu, no dia 7 de setembro de 1929: unindo as feiras da Praça da Estação e da praça da atual rodoviária. Em um terreno de 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares, o prefeito Cristiano Machado reuniu todos os feirantes, centralizando o abastecimento da população. Nos 14.000 m² do terreno descoberto, circundado pelas carroças que transportavam os produtos, as barracas de madeira se enfileiravam para a venda de alimentos."
Quando eu era bem pequena, tinha o costume de ir lá aos domingos com o meu pai. Comprávamos tantas coisas gostosas! O meu pai ficava com a cervejinha junto com um bife acebolado e eu com uma grande fatia de abacaxi.
Até hoje, comer esta fruta é ter um leve afago do meu pai. É como se ele estivesse ao
meu lado. Era uma alegria sem fim sair de lá com uma sacola cheia de gostosuras. Ainda me lembro de detalhes: a sacola era verde musgo, uma dessas bem comuns. A saudade, às vezes, aperta muito por aqui!
Hoje, já adulta quando eu estou sem inspiração para pintar ou escrever é lá que me recarrego. Vou com a desculpa de comprar temperos e me perco entre cheiros e sensações. Às vezes, preciso de pequenos momentos de pausa. Não escondo de ninguém que já tive Síndrome de Burnout. Quem já leu a minha primeira publicação “Sr. Coelho” sabe bem o que eu já passei. Para não repetir a dose sempre tenho que desacelerar. É uma recomendação médica.
Outro dia me perguntaram como eu faço para abastecer o meu lado criativo. Um escritor ou pintor não pode se dar ao luxo de parar de criar simplesmente porque está sem inspiração. O trabalho precisa ser feito. Somos pessoas normais que temos muitos boletos para serem pagos.
Divido hoje com vocês as respostas:
- Mantenho o meu banco de dados abastecidos. Vou em todas as exposições,
- Tenho a literatura como aliada, sou uma leitora voraz.
- Conheço a fundo a história de vida dos grandes pintores.
- Tenho contato direto com escritoras que eu admiro.
- Faço mentoria com a Rebeca Prado uma vez por semana.
- Tenho amigos bibliotecários que me atualizam das novidades.
- Tenho amigos artistas plásticos que dividem comigo a melhor maneira de
trabalhar com as tintas.
E assim sigo o meu trabalho com muita fé e esperança de poder estar contribuindo com minha arte e levando um pouco de cor, informação e muito amor para todos vocês.
É você? O que faz para ser mais produtivo no seu trabalho? E qual o lugar da sua cidade que é o seu refúgio? Me conta aqui, vou adorar saber.
Forte abraço,
Sânia Fagundes
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