top of page
  • Ícone do Pinterest Preto
  • Ícone do Facebook Preto
  • Ícone do Instagram Preto
Buscar

Marina Colasanti

Foto do escritor: Sânia FagundesSânia Fagundes

“Mas amor e sofrimento são vida, e negando-se a eles você se nega a si

mesmo. ” Marina Colasanti


É com muita emoção e lágrimas nos olhos que escrevo este post. Vou explicar melhor para vocês entenderem este sentimento. Todo leitor tem um apego imenso pelos seus escritores favoritos. É como se eles fossem nossos amigos de verdade. Entramos no mundo deles através de seus textos, de suas entrevistas e de seus exemplos.



Quando eu estava perdida, sem saber qual a faculdade escolher, eu já era fã da Marina Colasanti. Consumia suas crônicas, me encantava com o mundo dela. Nesse período eu já queria fazer Belas Artes, mas tinha perdido o meu pai que, na nossa última conversa, me fez prometer que, antes de me envolver com o desenho, eu deveria ter uma carteira assinada. Pensei que, se eu fizesse Letras, poderia dar aulas e, quem sabe, me arriscar na escrita. E que, com o tempo, eu ia achar uma maneira de desenhar. Era um sonho bem distante.

Na hora de marcar o curso para o vestibular pensei que, se eu conseguisse pelo menos

trabalhar com os textos da Marina, já seria muito lucro. Nós duas temos muitas coisas em comum. Ela queria ser artista plástica e estudou Belas Artes. Era encantada pelos pinceis e sabia a hora certa de parar suas pinceladas.

Gostava de cozinhar maravilhosamente bem e era uma escritora que vivia no mundo dos contos de fadas. Ela era a mentora da Clarice Lispector, a ajudava na sua produção e no processo de escrita, assim como a Rebeca Prado é para mim. Apaixonada pela escrita e pelas palavras, como eu sou.

Me formei e dei aula de Português por um ano. Lembro que dava aulas de Português de manhã e de Inglês a tarde. Foi com os textos dela que eu conseguia colocar alguma ordem na sala. Eu trabalhava com o imaginário daqueles adolescentes. Nós ficávamos perdidos e encantados com fadas, castelos, insetos, feras, unicórnios e cores. Segui desbravando este mundo.

Em 2019, vi que ela estaria aqui em Belo Horizonte no programa “Sempre um papo”, no Palácio das Artes. Fui sem pensar, desmarquei tudo e me preparei para ouvi-la. Lembro até hoje que ela me ensinou que o ser humano não vive sem narrativas. Fiquei feliz demais, porque se um dia eu conseguisse ser escritora eu iria, de alguma forma, ter público para ouvir minhas histórias. Fiquei atenta a tudo o que ela falou e, como sempre, anotei muita coisa.

Quando ela terminou eu, toda sem graça, perguntei se poderia tirar uma foto. Lembro de ver aqueles olhos verdes brilharem. Marina não só aceitou com carinho, como continuou a conversar comigo. Ela me deu um abraço e eu confessei que era sua fã e que tinha feito Letras por causa da sua escrita. Ela sorriu e disse que é de professores que o nosso país mais precisa. Saímos abraçadas em direção à mesa de autógrafos. Olhou para a minha mão e apontou para o meu dedo anelar indagando porque eu não tinha aliança de casada. Eu ri muito e falei que não tinha nenhum anel. Ela disse: "Você está negando muito fogo, viu

menina? Abra os seus olhos!". E deu uma piscadinha. Nós duas rimos muitíssimo. Ao vivo e a cores, descobri que ela era muito mais do que eu imaginava. Quanta delicadeza e intuição!

Fico aqui com o legado de suas obras, com a saudade e com os bons conselhos da minha amiga Marina.

E você? Já teve alguma experiência com os autores que mais gosta? Me conte aqui, que vou adorar saber.


Forte abraço,

Sânia Fagundes

47 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


  • Pinterest
  • Instagram
bottom of page