“Sorte é um nome de quatro letras numa casa de muitas portas.
É um sorriso que me diria tanta coisa – que me diz.
Em paz, você vai, a gente segue. ”
Marcela Dantés
Sabe aqueles pequenos puxões de orelha que só um livro bem escrito pode te dar? Aquelas sutis percepções que devemos levar em consideração diante da vida, mas que nem sempre estamos prontos ou dispostos a receber?
Estou falando de literatura de impacto! Estou falando de mulheres mineiras no comando da escrita. Hoje, com muita alegria e entusiasmo, vou falar de uma das minhas autoras favoritas: Marcela Dantés.
Como Marcela consegue se inspirar em uma notícia de jornal e escrever tão lindamente sobre a única coisa que temos certeza que vai acontecer, mas nunca paramos para pensar? Instigante, envolvente, reflexiva e profunda. É assim que posso descrever o trabalho desta escritora mineira que nasceu em 1986. Ler suas obras é acordar para a fragilidade da vida e dar valor a cada elação. Ela aborda temas polêmicos como racismo, loucura, solidão e morte de uma maneira discreta e avassaladora. Confesso que fiquei impactada ao
terminar de ler “Nem sinal de asas”. Recomendo!
É a literatura fazendo a função de parar e pensar, simplesmente refletir sobre os nossos laços e até mesmo sobre nosso propósito aqui na terra. A sua escrita, nos faz olhar para o lado, respirar fundo e enxergar a dor e a loucura através de um novo olhar. Quando pegamos um de seus livros, aprendemos sobre sentimentos que, às vezes, nós mesmos nem
desconfiávamos que eles existiam e que tinham um nome. É sobre ficar por um tempo usando os sapatos alheios e sentir como é fazer esta caminhada. Se é que é possível?
Tive a oportunidade de tirar uma foto com a Marcela no dia 12 de junho de 2022. Entreguei um Sr. Coelho e falei: “Não desiste. Continua!” Ela, gentilmente, sorriu pra mim e me mostrou “João, Maria, Matilde”, seu último livro, que estava na sua mão. Tirou a foto e ficou feliz em ganhar uma zine de quem está começando a estrada.
Tenho certeza que ela entendeu que o não desistir era mais para mim do que para ela. Como fala Aline Bei no seu livro “Pequena Coreografia do Adeus”: “para se tornar um escritor (ou artista) a devoção é o ingrediente fundamental. Além da paciência, é claro, mas há camadas e camadas de paciência na palavra devoção [...] A estrada será tenebrosa, dificílima, amarga e até impossível em muitos momentos, não vou mentir”.
Para quem gosta de se aventurar no mundo dos livros, não deixem de conhecer o trabalho da Marcela que nos faz refletir sobre a essência da vida.
Forte abraço,
Sânia Fagundes
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