"Eu não falo, eu pinto."
Alfredo Volpi
Meu mês favorito é dezembro, mas junho me enche de alegrias culinárias. É só bater um ventinho mais frio que eu já faço canjica, caldo, pipoca, pé-de-moleque e, quando estou na rua, também gosto de degustar os quitutes juninos.
Enquanto professora, normalmente minhas festa juninas são cheias de trabalho, mas eu sempre guardo um tempinho para comer as comidas típicas. Comer coisas diferentes me ajuda a perceber novas receitas, sentir cheiros, gostos e texturas. E eu trago tudo isso para a minha cozinha, adoro aumentar meu repertório gastronômico. No meu tempo livre, eu adoro ir para a cozinha e testar novas receitas.
Quanto ao figurino, eu sempre me preocupo com os detalhes. Na infância, eu adorava os vestidos e os acessórios. Hoje, já adulta, eu gosto muito de usar enfeites na cabeça: laços, chapéus, tranças. Adoro ver as crianças e os adultos se arrumando, cada um do seu jeito, para curtir a festa.
Como professora de arte, não posso perder a oportunidade de apresentar pra vocês um artista que tem tudo a ver com festa junina: Alfredo Volpi, o "pintor das bandeirinhas".
Volpi nasceu em 1896, na Itália e morreu em 1988, em São Paulo, aos 92 anos.
Ainda criança, Volpi se mudou para São Paulo com os pais em 1897. Começou a pintar obras bem figurativas, principalmente temáticas da marinha de Itanhaém.
Também trabalhou pintando murais decorados em casas. À medida em que foi observando e vivenciando as festas populares, levou as bandeiras para o seu trabalho. Com o tempo, sua arte foi ficando cada vez mais tendenciosa ao abstracionismo geométrico, principalmente por causa das bandeirinhas.
Um ponto interessante na sua carreira é que Volpi fazia seu próprio material: uma mistura de pigmento, clara de ovo e óleo de cravo, para fazer sua têmpera, tinta utilizada nas suas obras.
Volpi foi um visionário que trazia a arte popular para o seu trabalho, e ganhou muito reconhecimento por isso. É impossível entrar em algum ambiente junino sem lembrar dele. Minha obra favorita dele é "Bandeirinha 1958", onde ele usa poucas cores, apenas branco, vermelho e azul. Mesmo assim, ele consegue transmitir todo o amor que um povo sente pela cultura daquele lugar.
E você? Gosta do mês de junho? Quais são suas referências desta época do ano?
Me conta aqui, que vou adorar saber!
Forte abraço,
Sânia Fagundes
Commentaires