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Foto do escritorSânia Fagundes

Dois títulos pra quem quer conhecer mais quadrinhos


Um grande diferencial na minha vida foi estudar na Casa dos Quadrinhos. Foi uma época difícil onde era complicado até me levantar pela manhã e fazer as minhas coisas. Estudar lá me fez ver o mundo com outros olhos e entender que existe beleza nas coisas. Não foi meu primeiro contato com histórias em quadrinhos: aprendi a ler com a Turma da Mônica quando meu pai chegava com as revistas, normalmente aos domingos. Também foi quando comecei a desenhar.

Desde então, os quadrinhos fazem parte da minha vida de diversas formas: como objetos de estudo, como referências, como lazer, como entretenimento e como meio de trabalho. Eu entro dentro do universo das páginas e esqueço o mundo aqui fora.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as histórias em quadrinhos não são "portas de entrada" para o mundo literário. Muitas vezes as pessoas fazem essa afirmação menosprezando a complexidade de uma história em quadrinhos, como se fosse algo mais simples ou mais fácil de consumir. Na verdade, a arte sequencial é muito complexa e elaborada. Não é qualquer gibi ou graphic novel que vai ser fácil de ler, ou com temas leves. Inclusive, é muito comum encontrarmos livros em arte sequencial retratando recortes extremamente elaborados da história, da ciência ou da nossa existência.

Trazendo outra perspectiva para complementar essa afirmação, posso falar do lugar do artista também. Produzir uma história em quadrinhos é muito trabalhoso. É necessário um desprendimento de tempo, energia e repertório incalculáveis. Precisamos entender de narrativa, de desenho, de edição. Fazer o leitor virar a próxima página é desafiador.

Por isso, é muito importante começarmos a tratar os quadrinhos como a mídia complexa e sofisticada que ela é. Sem essa de "porta de entrada"! Isso não existe, não, meu povo!

Pensando nisso, vim recomendar dois dos meus títulos favoritos pra quem quer começar a ler quadrinhos sobre outras perspectivas. São obras muito diferenciadas! Vamos lá?


Persépolis:

Confesso que comecei a ler Persépolis pelo desenho, que é lindo! Mas logo fui encantada pela narrativa. Eu sou uma pessoa que gosta de viver o mundo e conhecer outras culturas. Persépolis narra a história da própria autora, a iraniana Marjane Satrapi. Ela se revolta contra as imposições que o país tem, principalmente no que diz respeito às mulheres. Ela aborda temas como a guerra, o extremismo político e religioso, a insegurança de estar em uma zona de conflito. Ela traz para a luz especialmente o recorte da resistência feminina nesses contextos. Persépolis é uma obra profunda, com uma narrativa gráfica lindíssima.



Valente:

Se Persépolis é uma obra pesada, Valente é uma obra para deixar o coração quentinho! Também autobiográfica, é inspirada na vida do autor Vitor Cafaggi, o qual eu tive a sorte de ser aluna! Na série de tiras, acompanhamos a vida amorosa do cãozinho Valente, que é um romântico incurável. Vemos de perto ele se apaixonando pelas mais diversas figuras, conversando com os amigos, vivendo a vida do seu jeitinho. É uma pílula de amor que deveríamos ler todos os dias, para a vida ficar mais leve. Eu tenho mais fé no amor quando leio Valente!



Se você quer conhecer mais do universo dos quadrinhos, recomendo se aventurar por essas duas obras. Dá pra rir e pra chorar, se encantar e se emocionar. E, também, perceber a versatilidade do que é uma história em quadrinhos.

E você? Já leu algum quadrinho legal? Quais são seus favoritos? Me conta aqui, que vou adorar saber!


Forte abraço,

Sânia Fagundes


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