"A emocionante magia de ser mãe é viver com o coração fora do corpo."
Nice Teixeira
Hoje é o dia de celebrar todas as mulheres da minha família. Fui criada por mulheres fortes. vovó Geralda, vovó Laura, tia Iza, tia Vilma, tia Terezinha e dona Léia, minha mãe. Cada uma contribuiu para minha formação. Da vovó Laura, quem leu meu fanzine, já sabe o que eu puxei (e quem ainda não sabe, clica aqui para conhecer). Da vovó Geralda, puxei a perseverança. Das minhas tias, puxei o cuidado e o zelo por tudo e todos. E da minha mãe, dona Léia, puxei diversas coisa inclusive a ousadia. Já falei dela aqui antes, mas hoje vou contar a história com mais detalhes.
Dona Léia é a mulher mais moderna que eu conheço. E olha que eu tenho que conviver com um núcleo feminino bem jovem. Sou a terceira de quatro irmãs.
Minha mãe foi professora e saiu de casa, mais especificamente da cidade de Dores do
Indaiá, aos 20 anos. Acho que herdei um pouco da liberdade dela. Foi lecionar em uma cidade próxima chamada Serra da Saudade. Dava aulas para todas as crianças de uma vez só. Não tinha divisão de turmas, eram alunos de vários níveis misturados e todos aprendendo juntos. Foi um desafio para uma professora iniciante e ela levou numa boa.
Neste tempo, conheceu o meu pai. Estavam sete garotas na porta do cinema, todas paquerando o Antônio. E ele que, modéstia parte, era lindo, alegre, educado e muito gentil, ainda estava de terno. Quanta alegria para uma cidade tão pequena. Foi um alvoroço só!
E não é que, no outro dia, a eleita para ir ao cinema com ele foi a minha mãe? Dali nasceu um amor sem fim. Ele, muito honesto, já falou de cara: "Acho que seus irmãos não vão deixar você ficar comigo, não. Tenho problema de coração. Sei que vou morrer cedo". Minha mãe simplesmente disse: "Eu não me importo!". E desse desprendimento todo nasceram quatro filhas e, mais tarde, quatro netos. A projeção se fez presente e meu pai nos deixou aos 54 anos.
Dona Léia tinha 52 anos quando ficou viúva!
Assim seguiu minha mãe, forte. Com quatro filhas adolescentes para criar e muitas coisas para resolver. Foi de uma esperteza e de uma presença de espirito tão natos, que conseguiu seguir o seu caminho com muito sucesso e inteligência.
Hoje ela se encontra feliz, com saudade do Antônio, é claro, mas segue sua vida com suas filhas e netos. Sou o oposto dela, não casei e não tive filhos e ela nunca me julgou nas minhas escolhas. Me respeita e torce para os meus sonhos se realizarem. Dona Léia tem a alma tão livre que incentiva a liberdade dos outros, principalmente a minha.
O que eu desejo para a minha mãe é aconchego, felicidade e muito amor. E liberdade para continuar sendo dona do seu próprio destino.
E você? Me conte, quem foram as mulheres que te moldaram?
Deixo aqui o meu carinhoso abraço para todas as mães neste post.
Forte abraço,
Sânia Fagundes
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