“Viver sem ler é perigoso porque obriga-te a acreditar no que te dizem”.
frase da personagem Mafalda, do autor argentino Quino
Que sou encantada pelos livros todos aqui já sabem. Ultimamente ando observando detalhadamente como as pessoas consomem o que vão ler.
Hoje vamos falar de uma personagem inteligente, esperta e que agora, por indicação médica, tem os livros como companheiros.
Dona Léia, minha mãe, que por incentivo do melhor geriatra de Belo Horizonte, Dr. Marcelo Starling - que ela chama de filho número cinco - começou a ler com frequência.
Ela está com setenta e nove anos. É uma supervisora aposentada e sempre deu muito valor à educação. Nunca me negou um livro e sempre me incentivou a estudar muito. Obrigada, mãe! Ela é muito ativa, faz hidroginástica três vezes por semana e fisioterapia duas. De uma
sagacidade sem fim, podemos falar que ela consegue ler o mundo com seus olhinhos espertos. Tem um amor infinito pelos netos e pelos doces. Adora rezar, fazer palavras cruzadas e, ultimamente, ficar com um livro na mão.
Na infância precisamos ler para descobrir o mundo que nos cerca. Na adolescência seguimos com os livros nas escolas. Na vida adulta continuamos com eles para especializarmos nos empregos e nos hobbys. Na vida madura eles são de extrema importância para fugirmos do Alzheimer. Ninguém em sã consciência quer ter um alemão como companhia. E como combater? Lendo! As vezes precisamos de um geriatra para deixar claro que os livros são imprescindíveis para o nosso desenvolvimento. Valeu, Dr. Marcelo!
E vale lembrar que, além dos aspectos cognitivos, a leitura é uma passagem fantástica para conhecermos vários mundos!
O primeiro livro que nosso geriatra indicou foi “A revolta de Atlas” de Ayn Rand, que chegou pelo Correio. Ela adorou ter um livro só dela e ficava com ele para cima e para baixo, como se fosse um presente de Natal, mas não conseguiu finalizar a leitura. Dr. Marcelo falou que tudo bem se for lido em um ano porque e ele realmente é bem grosso.
Juliana, minha irmã, que tinha lido “Cartas para minha avó”, da Djamila Ribeiro, pediu para eu pegar este livro na biblioteca. O sucesso foi total porque foi devorado antes mesmo do tempo previsto. Dona Léia se encantou com a história. Depois ela leu “Apague a luz se for chorar", da Fabiane Guimarães, em poucos dias e me disse: cuidado viu, que vocês escritoras acabam ficando muito expostas com estas ideias soltas. E, desde então, sempre está interessada no universo literário. E quando eu vou à biblioteca ela já diz: pega um para mim também, que estou gostando.
Também faço a minha parte: levo Dona Léia para os meus eventos literários. Além das boas conversas, ela também garante algumas fotos com os autores.
Contei que ela seria a personagem de um dos meus posts, afinal eu sempre peço permissão para expor alguém. Ela logo foi pegando o livro “A Revolta de Atlas” e falou rindo: fala com o Dr. Marcelo que eu não desisti deste tijolo aqui não.
E como anda o seu hábito de leitura por aí? O que você está lendo? Me conte que vou adorar saber. Quem sabe você não vira a próxima personagem do meu post?
Forte abraço,
Sânia Fagundes
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