“Antes de tudo, uso o que amo. É nisso que as mulheres devem se concentrar:
o que as faz felizes e o que as faz sentir confortáveis e bonitas. Se eu tiver
algum conselho, quero que as mulheres se sintam bem consigo mesmas e se
divirtam com moda. ” Michelle Obama
Desde bem pequenina sempre fui apaixonada pela moda. Acho que devo este gosto à vovô Geralda. Ela era uma eximia costureira. Adorava ir a casa dela e ganhar lindas roupas que ela fazia com tanto esmero e dedicação.
Gostava de andar de Melissa no pé e vestidos bem fluidos, costurados por ela. As sandálias me faziam escorregar bastante, e escorrego até hoje, mas nem ligava. O que importava
naquele momento era desfilar com os meus lindos sapatinhos de plástico e meus vestidos esvoaçantes feitos pela minha vó. Me sentia feliz, alegre e segura com a minha indumentária. E sempre escolhia cores fortes e vibrantes.
A cor sempre me fascinou!
Virei adolescente e durante quatro anos fui morar em Dores do Indaiá.
Naquela época, era comum fazer algumas viagens a Belo Horizonte para comprar roupas e sapatos. Quanta alegria! Minha mãe me deixava livre para fazer minhas próprias escolhas. Nessa época, eu era apaixonada pela Vide Bula, minha mochila era da Company e adorava um sapato da Arezzo. Lembro de frequentar o Indaiá Clube com um maiô amarelo neon da Vide Bula.
Gostava de ser diferente, pois minhas amigas usavam biquíni e eu preferia o maiô, só
para chamar a atenção. Época engraçada, essa tal da juventude, lamento muito em não ter tirado uma foto com o meu chamativo maiô. Eu realmente me achava! Rsrsrsrs
Sempre tive como inspiração as minhas tias paternas. Lembro que tia Vilma levantava bem cedinho para trabalhar e usava um batom magenta. Eu amo magenta, e tenho muitas peças com essa cor. Já a Tia Terezinha é sempre linda e muito elegante. Está sempre com as unhas feitas e o cabelo impecável. Sempre quis ser igual a elas.
Já adulta, comecei a fazer ballet clássico. Fiz com a professora Yara, me tornei uma mulher mais segura e confiante. Melhorei a postura, aprendi a maquiar, fui para Joinville e cheguei até a fazer uma semana de aula no Ballet Bolshoi. Minhas musas inspiradoras eram e continuam sendo Cecília Kerche e Ana Botafogo. Tenho uma blusa de frio da Escola de Teatro Bolshoi no Brasil que uso até hoje. Sinto que as pessoas me olham com muita admiração quando me vêem vestida com ela. Todos perguntavam se eu comecei a fazer aulas de ballet só na vida adulta, com uma cara de muito espanto. Sim, comecei a fazer ballet clássico já bem madura e foi fenomenal, cheguei até a usar sapatilha de ponta.
Em 2014 voltei para a faculdade e comecei a estudar Design de Moda na Universidade Estácio de Sá. Era uma delícia sair do trabalho e ir para a aula. Foi um dos melhores presentes que eu dei para mim mesma.
Aprendi a costurar, combinar as cores, usar o círculo cromático e conhecer melhor o meu corpo e o que fica bom para o meu biotipo. Lá conheci a Mariana Martins, minha amiga, que sempre foi imersa no mundo da moda e até hoje me ajuda a escolher os melhores vestidos para o meu corpo. Meu guarda roupa mudou totalmente. Não em quantidade, mas em qualidade. Tenho minha paleta de cores e fico horas e horas organizando e combinando minhas peças. Infelizmente não consegui terminar o meu curso por causa de uma
pneumonia, mas tenho planos de um dia poder voltar.
Adoro andar no shopping e ir as feiras. Fico horas admirando uma boa vitrine. Sou apaixonada pela Revista Vogue, leio vários livros e blogs de moda. Este universo para mim tem a ver com liberdade. Com as roupas adequadas para cada ocasião é possível conquistar o mundo. Experimenta atravessar uma rua com um vestido esvoaçante e depois me conte o resultado!
No meu trabalho como artista plástica a moda me inspira e é muito importante para a
escolha das cores dos meus quadros. Tanto a moda quanto a pintura e o desenho, são exercícios que precisamos praticar todos os dias. É um momento de escuta e observação. Podemos dizer que é uma linguagem.
Sigo conciliando todas essas camadas e, através delas, vou buscando minhas inspirações.
E como você tem se expressado para o mundo?
Forte abraço,
Sânia Fagundes
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