“Viver é melhor que sonhar. ” Belchior
Hoje vamos falar de uma colorista brasileira, de Porto Alegre. Ela atua principalmente no mercado internacional de quadrinhos, já tendo trabalhado para as editoras DC Comics, Marvel Comics, entre outras. Conheci o seu trabalho em uma palestra na Casa dos Quadrinhos, aqui em Belo Horizonte. Fiquei instigada com sua arte. Seu livro “O uso das cores”, já está na minha lista de desejos desse ano.
Cris foi uma criança tímida que tinha problemas em fazer amizades. A maior parte do tempo ficava brincando com seu irmão. A partir daí começou a inventar histórias, precisava ser criativa para aguentar a infância num apartamento pequeno. Era isso ou morrer de tédio.
Durante a adolescência começou a se interessar por animes e ilustração. Fez um curso de quadrinhos e deu aulas de desenho. A partir desse momento, se sentiu mais segura e hoje fica à vontade para dar aulas e palestras. Quando tinha quinze anos frequentou muito o Museu de Artes do Rio Grande do Sul, adorava a atmosfera e a surpresa de ver exposições diferentes a cada fim de semana.
Ela não almejava nenhuma profissão em especifico, só sabia que o desenho estaria presente em sua vida. Acabou se transformando em colorista de histórias em quadrinhos quase como um acidente. Aproveitou as oportunidades, teve muita sorte e alguns privilégios também. Felizes são os caminhos da vida, pois hoje podemos ver como essa gaúcha domina as cores e o seu trabalho brilha pelo mundo todo.
Tem preferência por cores bem saturadas, puxadas para o magenta. O que faz com o que o seu trabalho fique bem característico. Gosta de participar de projetos com estilos mais caricatos e estilizados do que realistas. Em sua profissão usa a plataforma digital, através do Photoshop, que é mais aceito pela indústria. Ao contrário de muitos artistas, começou no digital para depois se aventurar no pigmento físico. Gosta de guache, aquarela e lápis de cor. Coleciona referências no Pinterest, assiste canais de artistas no You Tube e nunca para de aprender.
Já ganhou alguns prêmios como HQMix e já participou de mostras. O mais importante foi o prêmio que NÃO ganhou: Eisner Awards de 2012, como Melhor Colorista. A simples indicação fez vários editores olharem para o seu trabalho e teve muita resposta em forma de novos projetos. Foi realmente um marco em sua carreira. Não precisou ganhar para colher os benefícios.
No momento está escrevendo um livro de fantasia chamado Patas Sujas, que começou como uma história em quadrinhos, mas que agora está transformando em prosa. Vamos ficar aqui esperando este lançamento que com certeza vai ser fenomenal.
Podemos encontrar o seu trabalho somente em um perfil de Instagram, mas também compartilha suas ideias com seu irmão durante lives semanais no canal de YouTube Super Peter Bros. É com grande prazer que vou mostrando para vocês o trabalho de artistas brasileiros. Até semana que vem.
Forte abraço,
Sânia Fagundes
Comments