“Proporciono-me o viver por meio do resgate criativo”
Celi Ferreira
Hoje vou falar da querida Celi. Falar dela é falar da minha madrinha das artes, que acredita no meu trabalho e está sempre disponível para me ajudar. Sorte é a minha de encontrar pessoas que vivem da arte e acreditam no oficio dos pincéis. Entre quadros, pregos e martelo surgiu uma verdadeira amizade. Animada, divertida, com brilho no olhar: é assim que eu quero ser, como a Celi.
Ela é de Montes Claros mas veio para Belo Horizonte aos nove anos de idade. Desde a infância seus cadernos escolares já mostravam uma tendência ao universo imaginativo. Vendo o seu potencial, sua mãe mostrou os seus desenhos ao artista plástico montesclarence Kontantin Cristoff e ele sugeriu o NAC – Núcleo de Atividades Criativas, como escola de artes para ela frequentar. E foi assim que nasceu uma grande artista. O NAC tinha orientação de Arlinda Corrêa Lima, discípula de Guingnard
Celi participou de inúmeros projetos propostos, como exemplo, o ocorrido na abertura do Salão Global de Inverno no Pic/ Pampulha em 1971. As alunas eram coautoras e tudo era movido a muita tinta jogada nas paredes, vidros e roupas dos visitantes, além de pipocas coloridas lançadas ao ar. O Núcleo de Atividades Criativas era dinâmico. Além das aulas de Arlinda, haviam outros convidados e outros profissionais de outras áreas, que completavam sua proposta pedagógica. Inimá de Paula deu aula de cor por um tempo, houve também aulas de yoga, dança, sensibilização e criatividade. Celi saiu de lá já mocinha praticamente direto para a Escola de Belas Artes/ UFMG.
Artista inquieta, Celi transitou por várias correntes artísticas, principalmente o abstracionismo e o concretismo. Sua força maior é a arte geométrica. Aquarela é a técnica que mais gosta, mas devido as limitações do suporte (tamanho do papel), utiliza a tinta acrílica, que também permite as aguadas e transparências. É também uma artista digital e utiliza softwares de edição de imagens (Photoshop e Corel Draw). Suas principais referências são: Paul Klee, que representou toda a sua pesquisa em cor e liberdade criativa; Van Gogh, com sua alma inquieta e nervosa; Picasso, com sua loucura e falta de limites; Renoir/Monet, com delicadeza e encontro com a natureza e Yara Tupinambá, com sua disciplina e observação cuidadosa.
Celi já participou de diversas exposições, dentro e fora do Brasil. Uma de suas exposições mais relevantes foi “Manejo”, em 2018, no Restaurante Casa dos Contos, em Belo Horizonte. No aniversário de 40 anos da casa dos Contos, a sua obra foi uma homenagem ao falecido Edmar Roque, que muito incentivou a arte na nossa cidade, promovendo, divulgando e cedendo espaço. O quadro intitulado “Edmar Roque e sua freguesia”, foi adquirido pelas herdeiras e houve fila para observação da tela.
Para Celi a arte é sua profissão, sua melhor forma de ser e de viver. Nos seus projetos, sempre teve a preocupação de democratizar a arte, ou seja, desenvolver produtos (com arte) que tenham preços acessíveis. Hoje, com as tecnologias digitais, isso ficou possível sem perder a qualidade. Gosta muito de estudar e já fez diversos cursos de pós-graduação, principalmente na área de design e artes digitais.
Quem quiser conhecer mais sobre a artista basta seguir seu Instagram e o seu Facebook "Celi Neto Ferreira".
Vale a apena apreciar seu belo trabalho. Sempre falo aqui que a arte tem que ser vivida. É uma experiência que devemos desfrutar!
Forte abraço,
Sânia Fagundes
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